fonte: FAPERJ
O primeiro paciente infectado pelo coronavírus foi incluído pela Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) no último dia 31 de março no ensaio clínico Solidariedade (Solidarity), lançado pela Organização Mundial da Saúde (OMS) em 23 de março, com o objetivo de investigar a eficácia de quatro tratamentos para a Covid-19. O projeto é um esforço mundial, coordenado no Brasil pelo Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas (INI/Fiocruz), e incluirá a pesquisa em 18 hospitais de 12 estados brasileiros, com o apoio do Departamento de Ciência e Tecnologia (Decit) do Ministério da Saúde.
A inclusão do paciente infectado foi realizada pelo vice-diretor de Serviços Clínicos do INI e principal pesquisador do estudo no Brasil, Estevão Portela Nunes. O Instituto de Tecnologia em Fármacos (Farmanguinhos/Fiocruz) fornecerá parte dos medicamentos utilizados no teste. A pesquisa incluirá somente pacientes hospitalizados, para oferecer tratamento para os quadros mais graves. De início serão testados a cloroquina, o remdesivir, a combinação liponavir e ritonavir, isolado ou combinado ao interferon beta 1a. O ensaio clínico tem quatro linhas de tratamento definidas, mas uma das premissas é que seja adaptável, ou seja, caso surjam novas evidências as linhas possam ser adequadas, com descontinuação de drogas que se mostrem ineficazes e incorporação de medicamentos que venham a se mostrar promissores. Uma comissão central terá acesso a todos os dados e fará análises durante todo o processo, evitando que os pacientes sejam expostos a drogas ineficazes ou com toxicidade elevada.
A meta do Solidariedade é alcançar o maior número de pacientes no tempo mais curto possível, num momento em que todos estão dedicados a cuidar de pacientes graves internados. As ações do Solidariedade serão realizadas no Centro Hospitalar para a Pandemia de Covid-19, que auxiliará os governos estadual e municipal no combate à doença. A unidade hospitalar de montagem rápida terá 200 leitos exclusivos de tratamento intensivo e semi-intensivo de pacientes graves infectados pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2).